segunda-feira, 26 de setembro de 2011

COOL





O post hoje vem depois de começar o curso de cool hunting da Berlin.  Após “aberta” essa vertente no meu mundo me chamou atenção um artigo sobre o que é ser cool.
Confesso que após ler o artigo tive “coceira” em compartilhar o ponto defendido pelo blogueiro e fazer meu ponto diante da visão extremista de “não cool”, citada pelo autor, o qual se diz defensor de gente “não tão inteligente assim”.

Mas afinal o que é ser cool??
Vivemos na ditadura do cool! Ok! Até aí todo mundo concorda, e isso aumenta a cada dia, é legal ser cool e se vc não é, passa a ser uma pessoa “normal” e não tão antenada assim.
Seguindo essa idéia, ou vestindo esse papel, fica intolerável nunca ter escutado uma banda de rock alternativo da escandinávia e simplesmente admitir que gosta de  Vanessa da Mata, entende?
Posso seguir com outro exemplo musical, os Los Hermanos. Eram nicho total depois da Ana Julia.
Era bacana ouvir Los Hermanos.
Quando virou cool, aumentaram seus admiradores e
depois, esse mesmo publico que ouvia a tal banda, vendo sua  disseminação,  se move  rumo ao próximo “desconhecido” .
Faço uns parênteses, para que fique bem claro, gosto do Los Hermanos, o meu ponto aqui não é desmerecer nenhum artista, mas sim questionar  a talvez  hipocrisia no quesito citado , ou melhor, na escolha direcionada para o que transpareça ser cool!
Não falo de opinião, nem de gosto, mas de identidade e personalidade diante esse ou qualquer outro “mecanismo”.


Vejam bem, também não estou dizendo que não gosto de
”coisas cool”, como em qualquer outro nicho ou tribo, acredito ser indiscutível  sua relevância.

Tem o cool por ser brega, o cool por ser retro,o cool tumblrs o cool por parecer cool, infinidades, dentro dessa conspiração....


Mas, ao meu ver... O cool que acredito, é aquele que se adequa a sua personalidade, e não que cria em cada um, um personagem fake, submetida a seguir a risca a tal onda, onde um deslize o desmoralizaria...

Me pergunto até que ponto isso é a sua verdadeira percepção e não um esteriótipo para agradar a um determinado grupo? De repente  expressar idéias realmente coerentes com o que se acredita, vivendo seus pontos e princípios me parece de mais valia.

Aqui falo de cool, mas poderia ser qualquer outro padrão de comportamento da nossa sociedade.

E efim... sem mais....chego a conclusão que cool é, diante da infinidade de tendências, contra tendências e informações, conseguir ser autentico ao ponto de ser você mesmo!!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Living

No Museu de Louisiana, uma grande exposição mostra a convergência entre a antropologia, arquitetura e ciências sociais, explorando o significado do "sentir-se em casa”.



Afinal o que é uma "casa"? E o que significa "sentir-se em casa”? É uma sensação que só sentimos quando estamos no nosso espaço privado? Podemos nos sentir em casa mesmo quando estivermos em uma comunidade ou qualquer outro local, mesmo sendo temporário?

Estas e outras indagações formam  o tema da exposição intitulada Living, e comissionada por Kjeld Kjeldsen Mette Marie com Kallehauge.

Living ocupa o museu inteiro e abrange um grande ciclo com três exposições, desenroladas ao longo dos últimos cinco anos e unidas sob o título de Fronteiras da arquitetura. A amostra se dedicada à arquitetura experimental, inovadora e à instalações artísticas.




A primrira seção tem como enfoque o sonho, concebida como uma expressão de necessidade básica humana.
Os arquitetos,ali,  tendem a começar o seu pensamento com a forma primária ou arquetípica de crescer e entrelaçam conceitos mais complexos de vida e habitação.
A formulação de variantes na unidade de habitação é uma espécie de laboratório para novas formas de conceber e construir o mundo.

A amostra explora a maneira pela qual nós criamos uma sensação de estar em casa, que significa muito mais do que a estrutura física em que vivemos.




Se "estar em casa" não é um lugar, mas um empate e um estado de ser, quando e como estamos "em casa"?
Como  a casa reflete a nossa identidade?
Como podemos criar a sensação de "home" por meio não só de práticas diárias, mas também  de tradições e determinados tipos de arquitetura?
Como vamos levar a nossa "própria pátria" conosco quando nos movemos ou migramos?

Enfrentar essas questões hoje tão vivas, significa falar de globalização.
Em uma sociedade caracterizada pela diversidade cultural, a demanda por variedade na arquitetura cresce exponencialmente.

Ao meu ver, para arquitetos, isso significa colocar em jogo formas de trabalho que exigem não só  a força do design, mas também o conhecimento de diferentes tradições.
 Não há um estilo para todos!!! Não há uma linguagem universal!



E isso se evidencia na exposição, que se refere a estilos de vida individuais, tocando  no tema da arquitetura de fusão, que pode contribuir para tornar os diferentes segmentos da população a sentirem-se em casa em suas sociedades.

Mais ou menos como uma arquitetura espontânea, a idéia de que cada um de nós tende a construir limites dentro dos quais podemos tomar refúgio e proteger a nós mesmos.

Ótimo tema a se explorar, um tanto quanto inspirador!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eterno retorno




Este post  não existe. Você não lê. Este post, ao contrário, é tudo que você quer que seja, você está escrevendo (embora  não saiba).
Tudo aquilo que gostaria que não tivesse acontecido nessa semana, ou o que gostaria. A canção que fez seu dia mais alegre, uma nova melodia , um novo conjunto ou uma fotografia. O que você não se atreveu a dizer naquele momento particular em que você deveria ter falado. Um bilhete ao primeiro destino para sair por aí. Uma rota através da cidade que vc mais gosta, aventuras em uma cidade que nunca foi. Um sorriso que não  vai voltar a ter. Um abraço sincero. Um prazer.
 É a teoria do eterno retorno de Kant, uma reflexão, uma progressão de idéias, uma folha em branco.

A doutrina do eterno retorno visa introduzir no mundo a eternidade.
Assim, em termos de contraposição, dirige-se à filosofia de Platão, a Nietzsche, a Kant e ao positivismo enquanto posições que sustentam a
oposição:  mundo verdade/mundo aparente desde a instituição da idéia.

Na perspectiva de Nietzsche é a imagem de uma ampulheta que exprime a circularidade de seu eterno retorno.
Cada ciclo se repete inumeráveis vezes no menor e no maior detalhe. A ampulheta, enquanto mundo, contém a eternidade e, por isso, ao girar, traz as mesmas combinações de forças em cada grande ano do vir-a-ser.

Aproveite cada minuto, hoje são as melhores lembranças!





quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"Antiarte" - Duchamp





      
       A arte conceptual é o único movimento artístico levado a cabo por um só homem: Marcel Duchamp (1887-1969).
       A sua obra produziu uma espécie de revolução coperniciana no mundo da arte. Depois dos seus "ready-made" a arte nunca mais foi a mesma.
Apesar de ser o mais influente artista do século XX, lançando a tradição avant-garde na arte, a sua obra provoca ainda assim acesas disputas e é uma verdadeira dor de cabeça para os estetas.


Obras como a famosa Fonte (1917/1964), que não é mais do que um “vulgaríssimo” urinol, são ainda hoje palco de discussão e incompreensão não só por parte do grande público, mas também por alguns críticos e historiadores da arte.
   Filósofos como George Dickie dedicaram uma especial atenção aos "ready-made" de Duchamp, concebendo uma teoria sobre a arte que acomodasse tais objetos e outros do gênero — os chamados "objetos ansiosos," aqueles que nos mantêm na incerteza de os classificar como arte.



Talvez tenha sido a procura de inspiração fora dos círculos artísticos normais que possibilitou o nascimento de uma forma de arte completamente diferente. Se Duchamp tivesse sido aceite e acarinhado pelos seus colegas pintores quando procurou aceitação, talvez a revolução artística do século XX nunca tivesse tido lugar.

Ao meu ver, aos olhos de uma crítica esnobe, experiências transgressivas tipo as de Duchamp, Brossa, Warhol, , tem seu efeito estético condicionado somente ao gênio de quem os pratica. Pois só mesmo uma crítica esnobe, não raro, pretende que a obra artística exposta vá muito além daquele impacto passageiro –
Daí sim, o rancor que faz essas peças de impasse ainda serem tidas como responsáveis pelo esvaziamento da arte ou compreendidas como arte vazia. Imaginem?


Utilizando esse ponto... Por que então ainda realizar algo “com intenção estética” ou ética?
Evidentemente o argumento de que não se faz arte apenas com intenção demoliria, a princípio, tal colocação.
Mas sigo: qual o lugar para os gestos que não pretendem ser fiéis a uma ideia conformada de arte, um modelo estético definido, uma significação?

Algumas das precipitadas conclusões da crítica da “arte vazia”, revelam um desejo de que a arte em geral tome de vez um destino único ou, pior, nos antecipe os detalhes de seu percurso. Arte obvia então?

Seguindo meu ponto...É um grande erro atribuir certa crise na produção (e percepção) da arte contemporânea,  considerando-a, por exemplo, como algo definitivamente irrelevante ou insustentável.
Essas atitudes além de apreenderem a expressão artística, atentam justamente contra suas próprias ilusões e idealizações.
 Repito: e que arte teria esse direito histórico á hegemonia?
E que horror seria!

Compreendidas ou não, subentendidas ou não, ambas as operações (gesto e intenção provocadora), abertos ao fluxo das intrigas, afetos e estranhamento, ganham em ambiguidade e insolência, sujeitas, ao longo do tempo, tanto às revisões e desvios da crítica, quanto aos devotos à irreverência.

Porém, se não há sequer consenso nem unanimidade nas referências da realidade e suas representações delirantes, a não ser na impostura sutil dos símbolos e seus discursos, de que mundo se fala? que arte se denuncia como vazia? que modelo é esse de vazio?

Duchamp, na diversidade de formas que a arte assume na sua obra, defende a arte da facilidade de qualquer definição.

Dado o contexto, não quero deixar de referir que a própria natureza da arquitetura, motivada pela estética mas também pela
utilidade, pode não ser alheia à ideia duchampiana de fazer obras que não sejam "de arte", no seu afastamento estratégico de visões puramente estetizantes.

É esta impureza, enquanto forma de arte, que eu falo, no afastamento de qualquer funcionalidade, que torna pertinente reflexões a um campo mais vasto , lugar de motivações e simultaneamente, de consequências da prática artística.


"A arte é a única forma de atividade por meio da qual o homem se manifesta como verdadeiro indivíduo." Marcel Duchamp


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Visões" Urbanas

                                          Viena / Austria 2008

Hoje mais do que um simples post sobre determinado assunto que chama minha atenção, vou fazer um relato.
Relato esse sobre uma das paixões que tenho, a fotografia.

Descobri a fotografia, sem querer, sem entender e simplesmente “vivendo” cada momento, uma frase meio clichê e um pouco subjetiva, mas É exatamente isso.
O gosto começou quando peguei as malas pela primeira vez e entrei meio que mundo à fora.
Mais tarde descobri que a câmera para mim, era apenas um pretexto para conhecer o mundo e suas culturas, pois era ali, na rua, que a  lente me aproximava mais da vida cotidiana por onde andava.

                                          Rishikeshi/ India 2009

Confesso que sempre gostei de pessoas - particularmente, de observá-las, sou do tipo  que senta em um banco de praça, ou de um shopping, e pode ficar o dia todo apenas observando.

 A fotografia de rua, desse modo, começou a fazer parte da minha vida, onde captava basicamente o que há de mais comum: os pequenos momentos, os pormenores do cotidiano, aqueles que ninguém dá muita confiança, nem se lembra, muito menos se importa.

Captar esses triviais momentos, que parecem tão comuns no dia-a-dia, mas tão raros nas percepções, se tornou uma paixão espontaneamente.

                                                     Barcelona/Espanha 2011

O porquê ? Fácil. Pois ali tudo o que se tem é o que se vê!!
É excitante justamente porque é algo que não se pode controlar, como o movimento, os ângulos ou a luz, talvez seja o método em que mais se precisa da velha e boa intuição, pois  simplesmente se  fotográfa porque as coisas estão acontecendo naquele instante...
E a escolha do instante de fotografar é muito mais um sentimento do que uma escolha.
A essência da fotografia de rua é captar os momentos, e os momentos acontecem em um piscar de olhos, às vezes literalmente!
Ali, se eternizam sutilezas que durariam apenas um segundo,
os ditos pequenos momentos....e  não há nada maior do que eles, não é?


                                         Barcelona/ Espanha2009


                                          Barcelona / Espanha 2009

                                ttp://www.flickr.com/photos/renatasz/


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Admirável Chico


"As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem."   

Chico Buarque




Nunca postei nada sobre musica no blog, e para inaugurar esta nova fração dentro da minha ferramenta de desabafo, é claro que não poderia ser diferente. Compartilho com vocês meu ídolo numero 1 no quesito musica,  Francisco Buarque de Holanda. 
Um artista lindo, tímido e triste – segundo as palavras de Clarice Lispector –

Além do seu talento, existe um grande intelectual em Chico, que se formou também por meio dos muitos diálogos sobre literatura francesa e russa do século XIX e XX  e sobre o modernismo brasileiro, Conversas que tinha com seu pai historiador Sérgio Buarque de Hollanda.
Agora imaginem tudo isso acrescido à paixão pelo futebol, pelo samba e pela bossa nova.
O resultado é uma mistura de caráter descontraído e popular, rico em cultura e grande em alma. Um Completo artista!

Chico Buarque aprendeu desde muito cedo a lidar com as palavras, e fez delas seu maior instrumento para expressar suas inquietações. Como compositor e escritor, se fez poeta, pela importância que estabeleceu à semântica de suas produções na discussão dos problemas da sociedade brasileira.

Há quem diga que Chico é repetitivo e chato… Um acinte! 
O mais original de nossos artistas, rara e já citada exceção, fica dificil relacionar com repetitiva as obras desse poeta em permanente construção.

Poeta este que foi buscar nos gritos dos mercados, no breu das docas, nas velas acesas nos becos deste país uma alma brasileira refletida em gente como o pedreiro que amou daquela vez como se fosse a última, a cabrocha mais bonita que trocou a pista pela galeria e nunca mais foi a mesma, o pivete que zanza na sarjeta e tem as pernas tortas e se chama Mané, as meninas de peitinhos de pitomba que vendem barato suas bugingangas ….

 Um  poeta que a exemplo dos cegos pode ver na escuridão,  daquele que, olhos nos olhos, compreende e canta o amor barato desse nosso suburbano coração, como essa quase unanimidade brasileira chamada Chico Buarque.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Design Parade na Villa Noailles, Hyères




No seu sexto ano, o Desfile Villa Noailles Design está rapidamente ganhando impulso.

O line up deste ano tem nomes que vão desde Stefan Diez da Alemanha à Moustache marca excêntrica francesa, bem como uma tropa impressionante de jovens designers.

O evento é "irmão" do já estabelecido Festival Internacional de Mode et de Photographie, que também tem lugar na vila modernista em um morro acima da cidade costeira francesa de Hyères.





Dos notáveis ​​ jovens designers incluem o americano Max Lipsey, que chamou a atenção no ano passado no Salone del Móbile de Milano, com sua oficina de processos de fundição e Perret Caroline da Alemanha, que apresentou uma interessante coleção de talheres de prata.


A coleção permanente na casa de campo - a antiga casa de Charles e Marie-Laure de Noailles - também merece um olhar em si mesmo. Os próprios acumularam um vasto acervo de tesouros em seu tempo de vida, incluindo mobiliário e arte por Marcel Breuer, Max Ernst, Giacometti Alberto, Man Ray e Jacques Lipchitz, e a exposição continua a se expandir .





Se você perdeu as outras edições, não se preocupe. A exposição vai até 02 de outubro e é uma desculpa digna para uma temporada ao Sul da França!





terça-feira, 5 de julho de 2011

O mundo em uma bolha

 Times square - New York USA

Olhar o mundo de uma forma diferente é a missão de Tom Storm, que se tornou “fotógrafo de bolhas” em 2006.
Quando visitou o Galway Arts Festival, na Irlanda, uma das atrações desse festival são as bolhas de sabão, que costumam ser maiores do que o normal, motivo que fez Tom tirar muitas e muitas fotografias das tais bolhas gigantes.
Algum tempo depois, conferindo as imagens, percebeu que havia uma perspectiva diferente do espaço a volta dentro de cada uma delas.


 “O círculo. A esfera. A bolha. Estas formas são onipresentes no mundo que nos rodeia e tão profundamente enraizadas em nossa própria imaginação. As bolhas são fugazes, fantásticas, e ao mesmo tempo muito familiares. Podemos olhar de perto e encontrar reflexões momentâneas, pequenos mundos dentro dessas esferas flutuantes que passam demasiadamente depressa, que nuca mais serão vistas novamente – A menos que você tenha uma câmera -.”

É com essa descrição apaixonada que Tom Storm apresenta seu projeto “O mundo em uma bolha”. O trabalho consiste em fotografar diversas paisagens pelo mundo afora através de seus reflexos em bolhas de sabão. O fotógrafo viaja centenas de quilômetros para retratar o mundo em uma perspectiva ousada, que inspira a ludicidade da infância, trabalho chato, não?





Portão Brandemburgo - Berlin Alemanha
Monastério das Cavernas - Região da Capadócia Turquia

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Hirata no Boshi



Acontece na Galeria Boshi (Japão), neste mês a instalação elaborada pelo estúdio de design japonês Nendo.
A exposição tem como tema a primeira grande retrospectiva dos setenta anos de trabalho da modista japonesa internacionalmente conhecida, Hirata Akio.

Para o espaço de exposição, o estúdio adota a utilização de chapéus que destacam o trabalho de Hirata.
Os elementos produzidos com massa (não-tecido) criados para o espaço, são uma espécie de antítese de chapéus junto ao cuidado artesanal de Hirata. Trazê-los em relevo cria um contraste dramático que junto com a supervisão da artista flutuam e transitam pela exposição como fantasmas ou conchas dos reais chapéus expostos.” Diz Nendo


 Alguns chapéus tornam-se stands de exposição, outros paredes, tetos e difusores, tudo isso para dispersar a luz através do espaço.


 Inundado com cerca de 4000 destes "chapéus fantasma", o espaço de exposição, como se envolto em nuvens,  convida os visitantes suavemente para dentro.


Fica nítida a idéia não de claros caminhos para seguir, mas de um ambiente no qual o visitante possa passear e descobrir as criações de Hirata, como uma forma de experimentar fisicamente a liberdade criativa do trabalho que está subjacente. Muitissimo interessante e inusitado!!





sexta-feira, 24 de junho de 2011

Renzo Piano - Il mio preferito


«Quando mi chiedono come sarà la città del futuro, io rispondo: spero come quella del passato.»




Renzo Piano Building Workshop - Genova







       Na encosta de uma colina acima do mar, Punta Nave abriga a sede do Genova Building Workshop de Renzo Piano.
Composto por um sistema de terraços de vidro gradualmente inclinados em direção ao mar, o prédio lembra as formas de estufas típicas do litoral da Ligúria.
Os vários zenitais de luz desempenham um papel importante, as clarabóias fotossensíveis que regulam a intensidade da luz,  permeiam aos espaços interiores por meio da luz natural.
A partir dessa obra, mas não só por ela assumo aqui minha esclarescida preferência e adoração por esse arquiteto. Renzo Piano é sim o primeiro na minha lista de “pessoas geniais". É evidente que se trata de uma escolha subjetiva, pessoal, mas sinceramente vivo, não vejo nenhum arquiteto como Renzo Piano. Morto, sim, Louis Khan, ambos se enquadram exatamente no tipo de arquitetura que admiro….
Vamos ver se consigo explicar melhor meu pensamento.
Dentro dos quesitos de arquitetura que creio serem relevantes utilizarei uma frase de Mies Van Der Rohe para colocar meu ponto.
Mies dizia: "Eu não quero desenhar um edifício novo toda segunda-feira de manhã" . Para os arquitetos que menciono essa idéia não surte muito  efeito.
Mies tinha um processo e um refinamento construtivo que acabava resultando sempre em um edifício igual aos anteriores. Diga-se de passagem, e por favor jamais o desmerecendo, Mies Van der Rohe, como muitos arquitetos famosos, inclusive brasileiros, projetam e projetavam conscientemente da mesma forma, e com resultados até brilhantes, mas com um jeito, como se diz, de "déjà vu".

A monumental diferença é que Renzo Piano surpreende sempre! Seja por uma solução "chamativa" ou seja por uma solução absolutamente modesta, contextual. Exatamente como  Louis Khan .
Evidentemente que não é necessário inovar por inovar ou inventar por inventar.
O que me parece fundamental é que haja uma intenção criativa, uma ideia básica para um projeto e não uma simples repetição de fórmula.
Essa ideia pode ser, inclusive, contextualizar e inserir um novo conjunto em uma paisagem construída, dissimulando-o, mas é indispensável chegar a isso como conclusão e não como solução pronta ou, pior, obrigatória pelos execráveis planos municipais ou "patrimoniais".
Em resumo Renzo é para mim um grandissimo arquiteto com obras que não só não passam despercebidas como te fazem ir além do que está projetado. Um arquiteto completo cheio de ousadia e criatividade, com movimento e sentimento.
Um arquiteto com preocupações reais, com  constante busca pela luz natural e sustentabilidade. Seus projetos são incrivelmente bem definidos e Renzo consegue como ninguem, eliminar o supérfluo e garantir  a aproximação com a natureza e seus elementos, principalmente luz e ventilação.

Uma arquitetura exemplar que tem todo o meu respeito e gigantesca admiração!!
 «Oggi gli architetti sono ossessionati dall’apparenza e dalla forma, tutti sono ossessionati dall’invenzione», «Realizzare una forma nuova non è difficile, ma una forma nuova che abbia un senso è un altro discorso. La tecnologia informatica rende molto facile creare assurdità. Basta premere un pulsante e… esce fuori», «Io credo nell’invenzione ma odio l’idea dello stile», aggiunge, «l’idea che gli architetti possano creare uno stile inconfondibilmente loro, la ripetizione delle proprie forme, è qui che si finisce col perdere la propria libertà».
"Hoje, os arquitetos são obcecados pela forma, todos estão obcecados com a invenção, Fazer uma nova forma não é difícil, mas uma nova forma que faz sentido é outro assunto. Tecnologia e computadores torna muito fácil criar um disparate. Basta pressionar um botão e sai ... Eu acredito na invenção, mas eu odeio a idéia de estilo, a idéia de que os arquitetos podem criar um estilo próprio inequivocamente repetindo suas formas, é quando você acaba perdendo a sua liberdade. "

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fetê de La Musique


Aconteceu ontem em Paris a Fête de la Musique, um festival de música de rua muito animado, realizado a cada 21 de junho, um dos eventos mais populares do ano na cidade da luz.

 Centenas de músicos se reúnem nas ruas, bares e cafés de Paris, dando performances livres de tudo, jazz, rock, hip-hop e música eletrônica.

Quando, em outubro de 1981, Maurice Fleuret tornou-se Diretor de Música e Dança, começou a aplicar suas reflexões para a prática musical e sua evolução.
Em um estudo de 1982 sobre os hábitos culturais dos franceses, começou a sonhar com uma maneira de trazer as pessoas nas ruas.

E assim, em algumas semanas, a Fête de la Musique foi lançada no dia 21 de junho de 1982, (dia do solstício de verão), uma noite pagã que relembra a antiga tradição das festas de São João.









Em cada geração, o Festival exibe sua capacidade constante de se reinventar. Engenhoso e cheio de vivacidade é construído sobre a vida nas ruas.

Fazendo da cidade seu palco principal a Fetê é uma interessante iniciativa, que prova como pequenas atitudes podem promover bem estar, cultura autêntica e inusitadas oportunidades, tudo isso num clima leve e descontraído.
Para quem nunca foi, vale a pena se programar para conhecer essa Paris cheia de trilhas sonoras!



terça-feira, 21 de junho de 2011

Desenvolvimento Urbano - Um desafio


Hoje abordo o desenvolvimento urbano, um post com preocupação às necessidades que se fazem urgentes para tornar nossas cidades mais humanas e "suportáveis".

Entre tantas conversas sobre o futuro do desenvolvimento urbano, "Living in the city Endless", destaca-se por uma voz refrescante, com informações projetadas para ajudar a lidar com algumas das grandes questões que as cidades enfrentam hoje.

Abatidas a partir da London School of "Urban Age", o livro maciço pode ser assustador, parecendo, num primeiro momento, destinar a leitura à academicos ou à arquitetos e urbanistas, mas não. O livro apresenta extraordinárias fotografias e infografias que possivelmente atraem o interesse geral.

Idéias como a "Cidade eterna", examinando NYC, Xangai, Londres, Cidade do México e Berlim já estão obsoletas. O "viver", parte editada pela mesma equipe do London Design, foca o olhar nas três cidades de mais rápida extensão (Mumbai, São Paulo e Istambul), usando-as como exemplo para uma discussão mais profunda sobre a expansão urbana, o valor da cidade e seu potencial para mudar a cultura e o modo de vida.


O Livro de peso é preenchido por números que impressionam, como o que apenas 2% da superfície da terra é coberta por cidades, mas 53% da população do mundo atualmente ocupa essas áreas.(Um número que terá 75% em 2050). Imaginem só?

Ensaios pensativos sobre o transporte,ajuda de emergência, graves detalhes nas mudanças econômicas e como se preparar para estes números, são alguns dos temas abordados com um olhar racional na habitação urbana.




O livro parece ser uma leitura lucrativa para qualquer pessoa interessada em como o mundo cada vez mais global se sairá durante esses tempos de rápido desenvolvimento.

Fica a dica de leitura para inspiração ou até mesmo conscientização. Será que estamos fazendo a nossa parte? Como?


terça-feira, 14 de junho de 2011

La Biennale di Venezia

A 54 ª Bienal de Veneza, foi aberta ao público no sábado passado, após colecionadores de arte contemporânea e especialistas do setor desfrutarem três dias de pré-estréia.

A exposição, intitulada, Illuminazione, é palco do Pavilhão, do Giardini e do Arsenale, formando uma única mostra com 83 artistas de todo o mundo. Além disso, 89 participações nacionais (um número recorde para a Bienal de Veneza) e 37 eventos colaterais para enriquecer o panorama da exposição.




Há de tudo na mostra de arte italiana, entre obras críticas, políticas e polêmicas.
Pois hoje é nítido como a arte reflete a complexidade dos tempos com uma intensidade que nenhuma outra manifestação consegue produzir.
A temática das nações – inserida no título – está no centro do conceito da mostra. O Iluminismo legou ao mundo globalizado a mediação constante do indivíduo com o grupo, com as nações. É nesse ponto de atrito que o artista contemporâneo atua.


Partindo do conceito, os Estados Unidos apresentam uma obra sobre o seu papel para o mundo.
“Obviamente, há associações entre a concorrência internacional e a concorrência militar e a guerra. O tanque está mesmo ao lado do pavilhão dos Estados Unidos. Há uma associação com o militarismo americano.”, sublinha Lisa Freidman, comissária do pavilhão do país.

A exposição do pavilhão dinamarquês procura suscitar o debate sobre a liberdade de expressão.
“Penso que a liberdade de expressão é uma questão fundamental e tornou-se premente nos últimos tempos, tendo em conta a evolução geopolítica global. Eventos como o 11 de setembro, o escândalo dos cartoons dinamarqueses, fizeram com que a questão volte a debate de forma bastante clara.”, sublinha Katerina Gregos, curadora do pavilhão dinamarquês.

Mas não só os dinamarqueses optaram pelo tema da luta pela liberdade. O Egito apresenta uma instalação com vídeo sobre Ahmed Basiony, um artista abatido durante os protestos da praça Tahir, no Cairo.
Ahmed Basiony tinha 31 anos e morreu quando estava filmando as manifestações.


A Arábia Saudita participa na Bienal de Veneza pela primeira vez, com uma obra concebida por duas irmãs, Shadia Alem, uma artista plástica e Raja Alem, escritora.
“Penso que há muitas questões sobre o Oriente Médio hoje em dia. Os artistas têm o direito de responder a essas questões, tanto como os políticos e os governos”, frisa o comissário da Arábia Saudita.
Em 2009, os Emirados Árabes Unidos (EAU) foram o primeiro país do Golfo a ter um pavilhão na Bienal.
O comissário dos EAU acredita que o momento de instabilidade que a região atravessa atualmente dará um novo fôlego à liberdade de criação artística.



Mas e o Brasil??? Pois é gente, o Brasil não está com essa bola toda não!
Nenhum artista brasileiro foi convidado para mostrar seus trabalhos na 54ª Bienal de Veneza em 2011. Incrível! A curadora justifica não ter uma causa concreta, simplesmente gostaria de descobrir novos nomes na arte contemporânea, e por alguma razão (que ela não sabe dizer) esse ano não encontrou no Brasil. Realmente uma pena!
Pois um local onde as tendências estão expressas, um local que proporciona ao leigo uma confrontação e uma imersão total nas correntes da criação artística, o Brasil não teve sua chance de expressão.

Mas mesmo sem podermos prestigiar, vale à pena conferir!! A Bienal de Veneza pode ser visitada até 27 de Novembro.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Paris com novo conceito

Recém inaugurado, o HI Matic prima pela praticidade e pelo design , é econômico, ecológico e automático.
O Projeto foi assinado pela já conhecida Matali Crasset com a parceria de Patrick Elouarghi e Philippe Chapelet, a idéia nasce como estimulo e iniciativa de um novo conceito ao segmento hoteleiro na capital francesa.
O  conceito do hotel  pode ser definido como ecológico e urbano,  fica em Paris na Rue Charonne, perto do bairro da Bastilha. Nessa região,  hoje, florescem restaurantes, lojas de produtos orgânicos, lojas conceituais e livrarias segmentadas. O lugar virou ponto de encontro de jovens designers, onde jovens chefs de cozinha abrem seus restaurantes, e as pessoas simplesmente gostam de aparecer por ali para se encontrar.


Algumas inovações tornam a estadia ainda mais memorável: os hóspedes podem escolher ou mudar a música que é tocada nas áreas publicas do hotel, participar da elaboração de um guia da cidade colaborativo e trocar dicas do que fazer na cidade com os outros hóspedes, através do sistema de internet do Hi Matic e dos paineis instalados pelo prédio.



Quanto as instalações :O hotel abriga 42 quartos no formato cabine, que combinam os códigos de um hotel urbano com o de um estabelecimento de uma pequena cidade no interior do país .
O Hi é um alojamento ecológico com uma precisa escolha de materiais, que seduzem para o convívio e partilha. Contemporâneo no seu layout, acessível em termos de preço e sincero no que diz respeito à consciência ambiental.
Com reservas pela internet, terminais internos que automatizam a entrega de produtos orgânicos aos hospedes e outros recursos úteis, que combinados oferecem aos viajantes uma experiência nova e convida para a vida com completa autonomia.





Um hotel urbano de design e de convivencia com uma experiência contemporânea.
Um exelente exemplo de arquitetura  com preocupação no bem estar, e forte compromisso com valores ecológicos e envolvimento na proteção do planeta.


Exelente proposta de arquitetura conciente! Que sirva de exemplo ! Parabéns!