sexta-feira, 24 de junho de 2011

Renzo Piano - Il mio preferito


«Quando mi chiedono come sarà la città del futuro, io rispondo: spero come quella del passato.»




Renzo Piano Building Workshop - Genova







       Na encosta de uma colina acima do mar, Punta Nave abriga a sede do Genova Building Workshop de Renzo Piano.
Composto por um sistema de terraços de vidro gradualmente inclinados em direção ao mar, o prédio lembra as formas de estufas típicas do litoral da Ligúria.
Os vários zenitais de luz desempenham um papel importante, as clarabóias fotossensíveis que regulam a intensidade da luz,  permeiam aos espaços interiores por meio da luz natural.
A partir dessa obra, mas não só por ela assumo aqui minha esclarescida preferência e adoração por esse arquiteto. Renzo Piano é sim o primeiro na minha lista de “pessoas geniais". É evidente que se trata de uma escolha subjetiva, pessoal, mas sinceramente vivo, não vejo nenhum arquiteto como Renzo Piano. Morto, sim, Louis Khan, ambos se enquadram exatamente no tipo de arquitetura que admiro….
Vamos ver se consigo explicar melhor meu pensamento.
Dentro dos quesitos de arquitetura que creio serem relevantes utilizarei uma frase de Mies Van Der Rohe para colocar meu ponto.
Mies dizia: "Eu não quero desenhar um edifício novo toda segunda-feira de manhã" . Para os arquitetos que menciono essa idéia não surte muito  efeito.
Mies tinha um processo e um refinamento construtivo que acabava resultando sempre em um edifício igual aos anteriores. Diga-se de passagem, e por favor jamais o desmerecendo, Mies Van der Rohe, como muitos arquitetos famosos, inclusive brasileiros, projetam e projetavam conscientemente da mesma forma, e com resultados até brilhantes, mas com um jeito, como se diz, de "déjà vu".

A monumental diferença é que Renzo Piano surpreende sempre! Seja por uma solução "chamativa" ou seja por uma solução absolutamente modesta, contextual. Exatamente como  Louis Khan .
Evidentemente que não é necessário inovar por inovar ou inventar por inventar.
O que me parece fundamental é que haja uma intenção criativa, uma ideia básica para um projeto e não uma simples repetição de fórmula.
Essa ideia pode ser, inclusive, contextualizar e inserir um novo conjunto em uma paisagem construída, dissimulando-o, mas é indispensável chegar a isso como conclusão e não como solução pronta ou, pior, obrigatória pelos execráveis planos municipais ou "patrimoniais".
Em resumo Renzo é para mim um grandissimo arquiteto com obras que não só não passam despercebidas como te fazem ir além do que está projetado. Um arquiteto completo cheio de ousadia e criatividade, com movimento e sentimento.
Um arquiteto com preocupações reais, com  constante busca pela luz natural e sustentabilidade. Seus projetos são incrivelmente bem definidos e Renzo consegue como ninguem, eliminar o supérfluo e garantir  a aproximação com a natureza e seus elementos, principalmente luz e ventilação.

Uma arquitetura exemplar que tem todo o meu respeito e gigantesca admiração!!
 «Oggi gli architetti sono ossessionati dall’apparenza e dalla forma, tutti sono ossessionati dall’invenzione», «Realizzare una forma nuova non è difficile, ma una forma nuova che abbia un senso è un altro discorso. La tecnologia informatica rende molto facile creare assurdità. Basta premere un pulsante e… esce fuori», «Io credo nell’invenzione ma odio l’idea dello stile», aggiunge, «l’idea che gli architetti possano creare uno stile inconfondibilmente loro, la ripetizione delle proprie forme, è qui che si finisce col perdere la propria libertà».
"Hoje, os arquitetos são obcecados pela forma, todos estão obcecados com a invenção, Fazer uma nova forma não é difícil, mas uma nova forma que faz sentido é outro assunto. Tecnologia e computadores torna muito fácil criar um disparate. Basta pressionar um botão e sai ... Eu acredito na invenção, mas eu odeio a idéia de estilo, a idéia de que os arquitetos podem criar um estilo próprio inequivocamente repetindo suas formas, é quando você acaba perdendo a sua liberdade. "

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fetê de La Musique


Aconteceu ontem em Paris a Fête de la Musique, um festival de música de rua muito animado, realizado a cada 21 de junho, um dos eventos mais populares do ano na cidade da luz.

 Centenas de músicos se reúnem nas ruas, bares e cafés de Paris, dando performances livres de tudo, jazz, rock, hip-hop e música eletrônica.

Quando, em outubro de 1981, Maurice Fleuret tornou-se Diretor de Música e Dança, começou a aplicar suas reflexões para a prática musical e sua evolução.
Em um estudo de 1982 sobre os hábitos culturais dos franceses, começou a sonhar com uma maneira de trazer as pessoas nas ruas.

E assim, em algumas semanas, a Fête de la Musique foi lançada no dia 21 de junho de 1982, (dia do solstício de verão), uma noite pagã que relembra a antiga tradição das festas de São João.









Em cada geração, o Festival exibe sua capacidade constante de se reinventar. Engenhoso e cheio de vivacidade é construído sobre a vida nas ruas.

Fazendo da cidade seu palco principal a Fetê é uma interessante iniciativa, que prova como pequenas atitudes podem promover bem estar, cultura autêntica e inusitadas oportunidades, tudo isso num clima leve e descontraído.
Para quem nunca foi, vale a pena se programar para conhecer essa Paris cheia de trilhas sonoras!



terça-feira, 21 de junho de 2011

Desenvolvimento Urbano - Um desafio


Hoje abordo o desenvolvimento urbano, um post com preocupação às necessidades que se fazem urgentes para tornar nossas cidades mais humanas e "suportáveis".

Entre tantas conversas sobre o futuro do desenvolvimento urbano, "Living in the city Endless", destaca-se por uma voz refrescante, com informações projetadas para ajudar a lidar com algumas das grandes questões que as cidades enfrentam hoje.

Abatidas a partir da London School of "Urban Age", o livro maciço pode ser assustador, parecendo, num primeiro momento, destinar a leitura à academicos ou à arquitetos e urbanistas, mas não. O livro apresenta extraordinárias fotografias e infografias que possivelmente atraem o interesse geral.

Idéias como a "Cidade eterna", examinando NYC, Xangai, Londres, Cidade do México e Berlim já estão obsoletas. O "viver", parte editada pela mesma equipe do London Design, foca o olhar nas três cidades de mais rápida extensão (Mumbai, São Paulo e Istambul), usando-as como exemplo para uma discussão mais profunda sobre a expansão urbana, o valor da cidade e seu potencial para mudar a cultura e o modo de vida.


O Livro de peso é preenchido por números que impressionam, como o que apenas 2% da superfície da terra é coberta por cidades, mas 53% da população do mundo atualmente ocupa essas áreas.(Um número que terá 75% em 2050). Imaginem só?

Ensaios pensativos sobre o transporte,ajuda de emergência, graves detalhes nas mudanças econômicas e como se preparar para estes números, são alguns dos temas abordados com um olhar racional na habitação urbana.




O livro parece ser uma leitura lucrativa para qualquer pessoa interessada em como o mundo cada vez mais global se sairá durante esses tempos de rápido desenvolvimento.

Fica a dica de leitura para inspiração ou até mesmo conscientização. Será que estamos fazendo a nossa parte? Como?


terça-feira, 14 de junho de 2011

La Biennale di Venezia

A 54 ª Bienal de Veneza, foi aberta ao público no sábado passado, após colecionadores de arte contemporânea e especialistas do setor desfrutarem três dias de pré-estréia.

A exposição, intitulada, Illuminazione, é palco do Pavilhão, do Giardini e do Arsenale, formando uma única mostra com 83 artistas de todo o mundo. Além disso, 89 participações nacionais (um número recorde para a Bienal de Veneza) e 37 eventos colaterais para enriquecer o panorama da exposição.




Há de tudo na mostra de arte italiana, entre obras críticas, políticas e polêmicas.
Pois hoje é nítido como a arte reflete a complexidade dos tempos com uma intensidade que nenhuma outra manifestação consegue produzir.
A temática das nações – inserida no título – está no centro do conceito da mostra. O Iluminismo legou ao mundo globalizado a mediação constante do indivíduo com o grupo, com as nações. É nesse ponto de atrito que o artista contemporâneo atua.


Partindo do conceito, os Estados Unidos apresentam uma obra sobre o seu papel para o mundo.
“Obviamente, há associações entre a concorrência internacional e a concorrência militar e a guerra. O tanque está mesmo ao lado do pavilhão dos Estados Unidos. Há uma associação com o militarismo americano.”, sublinha Lisa Freidman, comissária do pavilhão do país.

A exposição do pavilhão dinamarquês procura suscitar o debate sobre a liberdade de expressão.
“Penso que a liberdade de expressão é uma questão fundamental e tornou-se premente nos últimos tempos, tendo em conta a evolução geopolítica global. Eventos como o 11 de setembro, o escândalo dos cartoons dinamarqueses, fizeram com que a questão volte a debate de forma bastante clara.”, sublinha Katerina Gregos, curadora do pavilhão dinamarquês.

Mas não só os dinamarqueses optaram pelo tema da luta pela liberdade. O Egito apresenta uma instalação com vídeo sobre Ahmed Basiony, um artista abatido durante os protestos da praça Tahir, no Cairo.
Ahmed Basiony tinha 31 anos e morreu quando estava filmando as manifestações.


A Arábia Saudita participa na Bienal de Veneza pela primeira vez, com uma obra concebida por duas irmãs, Shadia Alem, uma artista plástica e Raja Alem, escritora.
“Penso que há muitas questões sobre o Oriente Médio hoje em dia. Os artistas têm o direito de responder a essas questões, tanto como os políticos e os governos”, frisa o comissário da Arábia Saudita.
Em 2009, os Emirados Árabes Unidos (EAU) foram o primeiro país do Golfo a ter um pavilhão na Bienal.
O comissário dos EAU acredita que o momento de instabilidade que a região atravessa atualmente dará um novo fôlego à liberdade de criação artística.



Mas e o Brasil??? Pois é gente, o Brasil não está com essa bola toda não!
Nenhum artista brasileiro foi convidado para mostrar seus trabalhos na 54ª Bienal de Veneza em 2011. Incrível! A curadora justifica não ter uma causa concreta, simplesmente gostaria de descobrir novos nomes na arte contemporânea, e por alguma razão (que ela não sabe dizer) esse ano não encontrou no Brasil. Realmente uma pena!
Pois um local onde as tendências estão expressas, um local que proporciona ao leigo uma confrontação e uma imersão total nas correntes da criação artística, o Brasil não teve sua chance de expressão.

Mas mesmo sem podermos prestigiar, vale à pena conferir!! A Bienal de Veneza pode ser visitada até 27 de Novembro.



segunda-feira, 13 de junho de 2011

Paris com novo conceito

Recém inaugurado, o HI Matic prima pela praticidade e pelo design , é econômico, ecológico e automático.
O Projeto foi assinado pela já conhecida Matali Crasset com a parceria de Patrick Elouarghi e Philippe Chapelet, a idéia nasce como estimulo e iniciativa de um novo conceito ao segmento hoteleiro na capital francesa.
O  conceito do hotel  pode ser definido como ecológico e urbano,  fica em Paris na Rue Charonne, perto do bairro da Bastilha. Nessa região,  hoje, florescem restaurantes, lojas de produtos orgânicos, lojas conceituais e livrarias segmentadas. O lugar virou ponto de encontro de jovens designers, onde jovens chefs de cozinha abrem seus restaurantes, e as pessoas simplesmente gostam de aparecer por ali para se encontrar.


Algumas inovações tornam a estadia ainda mais memorável: os hóspedes podem escolher ou mudar a música que é tocada nas áreas publicas do hotel, participar da elaboração de um guia da cidade colaborativo e trocar dicas do que fazer na cidade com os outros hóspedes, através do sistema de internet do Hi Matic e dos paineis instalados pelo prédio.



Quanto as instalações :O hotel abriga 42 quartos no formato cabine, que combinam os códigos de um hotel urbano com o de um estabelecimento de uma pequena cidade no interior do país .
O Hi é um alojamento ecológico com uma precisa escolha de materiais, que seduzem para o convívio e partilha. Contemporâneo no seu layout, acessível em termos de preço e sincero no que diz respeito à consciência ambiental.
Com reservas pela internet, terminais internos que automatizam a entrega de produtos orgânicos aos hospedes e outros recursos úteis, que combinados oferecem aos viajantes uma experiência nova e convida para a vida com completa autonomia.





Um hotel urbano de design e de convivencia com uma experiência contemporânea.
Um exelente exemplo de arquitetura  com preocupação no bem estar, e forte compromisso com valores ecológicos e envolvimento na proteção do planeta.


Exelente proposta de arquitetura conciente! Que sirva de exemplo ! Parabéns!







terça-feira, 7 de junho de 2011

Arte intervenção



Vencedor do prêmio TED 2011, JR, artista anônimo francês de rua, com desejo de “mudar o mundo”, faz um projeto que  consiste em arte humanista. O artista defende que a arte, enquanto não pretende efetuar mudanças em termos práticos, tenta mudar a forma como as pessoas vêem o mundo. "O poder da imagem é muito forte" diz Jr, pode "fazer das pessoas invisíveis , visíveis" .
Segundo ele, enquanto "o mundo está fodido" pensa como um artista intervencionista pode criar consciência no mundo inteiro,com um projeto de cada vez.

Usando as cidades como suas telas, JR começou a fazer graffiti aos 17 anos como uma forma de deixar a sua marca na sociedade.
Depois de encontrar uma câmera barata no metrô, começou a documentar os seus amigos em suas aventuras graffiti e colar as fotos nas ruas da cidade, descrevendo-as com tinta colorida para diferenciá-las das propagandas.
"A cidade é a melhor galeria que eu poderia imaginar", explicou durante sua palestra do TED.

Preciso interromper a sequência de devaneios nesse espaço para fazer minha opinião , pois não me aguento em só relatar  e no caso de agora concordo  plenamente com essa arte atitude, com a utilização da cidade como uma espécie de “museu” a céu aberto, e com sua exploração com intuito intervencionista.
Admiro a  hiperatividade  e a preocupação com a sociedade por meio da  expressão de significados não convencionais a partir de objetos de produção em massa.
Tudo isso se faz extremamente válido na intenção  de gerar qualquer tipo  de inquietação urbana e consciência global! Meus sinceros e imensos parabéns!!

Com o sucesso desta campanha em pleno vigor, e com o assassinato terrível de alunos no  Rio de Janeiro, a favela tornou-se o cenário para JR propor uma nova iniciativa denominada "Women Are Heroes ", depois de ouvir sobre a justificação entendi melhor o conceito: Tratam-se de fotografias de mães e avós dos alunos,  projetadas em tamanho gigante na parede da favela.
Os retratos, eram visíveis a partir da cidade, mas inacessíveis para a mídia, criando um frisson metafórico entre a mídia e as mulheres anônimas.

Ousada iniciativa!

BOOK




Vejam antes o vídeo acima!! 

Através do  vídeo , que eu particularmente adoro, resolvi falar sobre esse assunto que se coloca em voga....
Quero pedir a quem me conhece, que por favor não estabeleça (já num primeiro momento) uma previsão quase que imediata do discurso que virá, partindo da idéia de minha aparente dificuldade em acompanhar a modernidade e da minha já destacada defesa por um mundo não tão tecnológico, cheio de  botões e displays.
A proposta aqui é ponderar os dois lados e enfatizar as qualidades e o que pode ou não morrer! Ao meu ver certo?
  
Tenho completa consciência de que o  formato do  livro tem limitações que se tornaram mais evidentes com a popularização da internet. Mas ele não se tornou jurássico e desnecessário, na minha opinião,  ele se tornou vintage. Virou item para pessoas que querem uma experiência mais pessoal que a navegação “fria” na internet. Detalhe:  Estou destacando a frieza  e não o imenso mundo cheio de oportunidades que é a internet, pois aproveito aqui para enfatizar também a complementação desta peça chave  no mundo contemporâneo.
Por exemplo, posso atrelar um livro a conteúdo online, complementar o que foi impresso, criar comunidades em torno dele. Várias possibilidades entre o antigo e o novo, com o melhor de cada um. E isso é genial!!
A internet acaba sendo mais democrática, mais social.... Até aí eu concordo....Porém...... nenhum gadget, nenhum brilhante feito, blog, site , etc... Substitui a intimidade que se tem com um livro. A tela não substitui uma impressão belíssima em papel couche do que quer que seja, o livro, se faz mais presente, desperta outros sentidos, é uma informação mais”livre”, ou será que há mais liberdade diante de suas informações?
Em resumo acredito que tenha que haver uma complementação, uma troca, mas não o esquecimento do hábito. Não faz o menor sentido  uma coisa anular a outra!!

Finalizo com uma frase de  Suzanne Munshower,
Mas e o destino dos livros? Acho que eles existem para serem lidos de novo e de novo, por mim, por você ou outros. Nós olhamos para as estantes de livros de outros e sentimos que conhecemos aquelas pessoas um pouco melhor....E a nossa, nos lembra de onde estivemos, e para onde podemos decidir retornar....”


É  desse mundo mágico, que só o livro nos leva que eu falo!!.

Distraídos venceremos


O gênero poesia, confesso,  é um dos meus preferidos, e há certos poetas  que realmente surpreendem.
Leminski é um deles. Todas as vezes que leio e  releio poesias frases e textos desse Curitibano tão doce e divertido... Constato minha real admiração!
Leminski  cria “detalhes”  -em mim- a cada poema novo lido. Essenciais detalhes, que captam , intuem e nada mais.
São temáticas universais que nunca se esgotarão , mas ganham um sentido “maior”   diante da sensível escrita.
O poeta consegue utilizar genialmente a simplicidade das palavras e a pureza de sentimentos que (ao acaso) geram profundidade no entendimento de um leitor mais sensível.
Confesso  que não sou uma leitora ávida de Leminski, mas isto não me faz apreciá-lo menos....
Porém, entretanto, todavia....resolvi escrever minha admiração sobre ele quando ontem a noite, antes de dormir, dentro do livro que estou lendo (que não é Leminski), me deparei  com uma frase do poeta num guardanapo de papel. (Tenho que revelar  minha frequente mania de  anotar tudo que gosto ) .
 A principio  me fugia da lembrança, onde tinha feito aquilo e também porque tinha parado logo ali... Depois de gastar um considerável tempo pensando ( não sei bem quanto, pois dormi no meio dos pensamentos e só lembrei hoje pela manhã) ... Eis que surge  a origem do tal papelzinho...
Sem muita pretensão, em um dia qualquer e provavelmente cinza de Curitiba, sentada em um café a frase estava na parede . Ufa lembrei! Porque como se faz  agoniante o “enbranquecer” da mente.


Mas sem muita relevância à agonia , comecei a pensar...
Leminki  é um espírito que eu admiro , assim meio anarquista, meio "veia" transgressora !
 Tem uma poesia gostosa, inesperada... Eu  gosto do jeito como ele  desmistifica  a "estética do profundo", de como se permite fugir (um pouco) das regras de uma estética clássica , e claro! Do seu humor (pois os “infelizes” que me perdoem, mas isso é fundamental).



Bom ,mas sem delongas, e muita explicação , deixo livre entendimentos ou não entendimentos da poesia de Paulo Leminski, pois todo literário que é muito explicado, além de ficar chato demais, perde seu verdadeiro sabor ...
Apreciem !!



sábado, 4 de junho de 2011

Arquitetura "espetáculo"

Hoje quero  falar de arquitetura, compartilhar prédios interessantes com conceitos estigantes.

Assim como o cinema, o teatro e a música, a arquitetura se alimenta também da crítica.
Como aquele papo de Woody Allen do post passado,…
O critério na arquitetura já não adequa-se somente em bom e ruim, pois está longe de ser só isso.
Nesta tentativa poderia citar características. pois indiretamente ou diretamente ela se relaciona e correlaciona com vários “pilares”que não podem ser esquecidos , como a  intergração coerente ao contexto, qualidade na estética, funcionalidade. proporção, volumetria, luminosidade, cores, espaços, unidade de tratamento ,acabamento,  tudo isso pode sim identificar uma boa arquitetura mas não caracaterizá-la. Meio complicado né…

Tentarei em última instancia e com uma aproximação muitíssimo grosseira, arriscar que "boa arquitetura" (para mim) ao longo de muitos séculos se baseou nos romanos , na arquitetura grega, no Panteon, em Andrea Palladio… Se houve algo que rompeu e ultrapassou qualquer esforço de imaginação, criatividade e conhecimento estrutural em arquitetura, foram as catedrais góticas, que na minha singela opinião significam o ponto mais alto (literalmente) e nunca mais atingido em qualidade de arquitetura.
Acho complicado ditar regras em quesitos pré estabelecidos,. Talvez possamos identificar a "boa arquitetura" e outras belezas por nosso olho treinado, , mas com a liberdade mental e cultural de fugir aos ditames arquitetônicos e politicamente corretos de cada época


A boa arquitetura, entre outras coisas acaba sendo  mais ou menos de um jeito que não se define  bem o que é, mas se sabe quando vê. Será que deu para entender?

Então o jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste …e educar o olhar, pois ver por si só não determina. E não mesmo!  O ato de ver ( ao meu ver) não é coisa natural. Precisa ser construído !! Bom….mas isso é assunto que dá pano pra manga e deixamos para outra ocasião, voltemos a arquitetura….






A arquitetura que eu admiro e muito!  É a chamada arquitetura do  espetáculo, a construção sem modestia, que encanta as pessoas que as emociona , que se faz presente  pelo seu resultado e manifesta uma troca de sentimentos .


E é com esse tipo de arquitetura  que apresento  O Museu do surfe em Biarritz, uma obra de Steven Holl em parceria com a brasileira Simone Fabião,  
O interessante desta obra á a suavidades nas curvas e a visível interaçao com o meio. A forma de exploração tanto do surfe como do mar , evidencia a importancia de seus papeis ,  no lazer, ecologia e bem estar! Parabéns!!



Um passeio pela costrução:

O arquiteto norte-americano Steven Holl, em parceria com a artista e arquiteta brasileiro, Solange Fabião, acaba de concluir um museu, em Biarritz, na França, que pretende sensibilizar para as questões oceânicas e os aspectos científicos do surf e do mar, o "Cité de l'Océan et du surf" (Cidade do oceano e do surf).

Com forma de uma onda gigante voltada para o mar, o museu é composto por delicadas estruturas de vidro que se escoram em um cerco de concreto branco. Elas formam o edifício do museu, áreas de exposições e uma praça

A parte côncava é destinada a superfície do projeto: um ponto de encontro ao ar livre. O edifício usa a transparência, a forma e o material para gerar um perfil único. É como se ele saísse do terreno e enquadrasse o céu, o mar e o horizonte.

No interior, as estruturas e a forma convexa de contorno do solo formam os espaços subterrâneos de exposição. Como são posicionados no subsolo, e graças ao grande volume fechado, a sensação é de estar imerso debaixo d'água.

Vencedor de uma competição internacional de 2005, o projeto – colaborativo - está previsto para ser inaugurada em junho de 2011. 












quinta-feira, 2 de junho de 2011

Woody Allen - sem mais...



               
"Minha forma de rir disto tudo é através da verdade. É a brincadeira mais divertida."





Hoje meu dia começou com a seguinte mensagem de uma amiga que mora fora  :
- “ Reeee me confirmaram ontem!!!! Vou fazer um filme do Woody Allen!!!! To muito feliz!!! Cadê vc aqui pra comemorar comigooo??”

Eu ainda meio dormindo, fiquei lisonjeada em receber tal notícia já pela manha, pois acompanhando a trajetória dessa amiga, uma vitória lá, é vitória aqui também.  Bom , mas o fato é que dali em diante comecei a imaginar a sensação de trabalhar num filme de um artista tão significativo e brilhante, que me perdoem quem não concorda.

Diante do contexto, e depois do yoga, corri para o computador postar todo esse momento e posicionar minha singela opinião sobre “ O cara”.
Confesso que demorei para exprimir com avidez meus argumentos. Talvez uma certa insegurança por não ter o conhecimento adequado para falar de uma pessoa com tanto peso.
Mas vamos lá.
O que é fato é fato e ponto.
Partindo desse princípio eu sigo.

O fato que eu descrevo é simples, tem cinema “bom” e tem cinema “ruim”.
 Cinema “ruim” duvida da capacidade de quem o vê, partindo do princípio que o leitor/espectador é limitado. Resistirei à tentação de citar exemplos. Delego a tarefa a vocês.
 Em contrapartida o  cinema “bom”, basea-se em um espectador sem preguiça, respeita sua inteligência e instiga seus neurônios. 
 Woody  faz isso com extrema habilidade, recheando seus filmes com inúmeras referências  filosóficas, literárias, musicais e claro, cinematográficas. Não é só isso que o torna brilhante, mas certamente ajuda.
Woody proporciona entretenimento inteligente e por mais que em seus filmes, encarna, na maioria das vezes (na verdade, todas as vezes), um judeu nova-iorquino neurótico e fracassado e  neuroses comportamentais do dia-a-dia , entre estes enfoques (alguns otimistas e outros nem tanto), o cineasta consegue como ninguém , ser repetitivo sem parecer, com uma crítica mordaz e sutil em seus  longos diálogos analíticos.

Concluo  estabelecendo meu ponto com um artigo de Susan Sontag, muito antigo, que  responde à questão sobre  a hierarquia das artes ( nesse caso  do “bom” e do “ruim”) da seguinte maneira : O  que dá prazer é o que faz pensar.
 E eu concordo!

Parabéns Amiga!

Para saber mais :
Nome: Allan Stewart Konigsberg
Natural de: Brooklyn, Nova York, EUA
Nascimento: 01/12/1935


2011-Midnight In Paris
2010 - Você vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos (You Will Meet A Tall Dark Stranger)
2009 -
Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works)
2008 - Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona)
2007 - O Sonho de Cassandra (Cassandra's Dream)
2006 - Scoop - O Grande Furo (Scoop)
2005 - Ponto Final - Match Point (Match Point)
2005 - Melinda e Melinda (Melinda and Melinda)
2003 - Igual a Tudo na Vida (Anything Else)
2002 - Dirigindo no Escuro (Hollywood Ending)
2001 - O Escorpião de Jade (The Curse of the Jade Scorpion)
2000 - Trapaceiros (Small Time Crooks)
1999 - Poucas e Boas (Sweet and Lowdown)
1998 - Celebridades (Celebrity)
1997 - Desconstruindo Harry (Deconstructing Harry)
1996 - Todos Dizem Eu Te Amo (Everyone Says I Love You)
1995 - Poderosa Afrodite (Mighty Aphrodite)
1994 - Don't drink the water (TV)
1994 - Tiros na Broadway (Bullets Over Broadway)
1993 - Um misterioso assassinato em Manhattan (Manhattan Murder Mystery)
1992 - Maridos e Esposas (Husbands and Wives)
1992 - Neblina e sombras (Shadows and Fog)
1990 - Simplesmente Alice (Alice)
1989 - Crimes e Pecados (Crimes and Misdemeanors)
1989 - Contos de Nova York (New York Stories)
1988 - A outra (Another Woman)
1987 - Setembro (September)
1987 - A Era do Rádio (Radio Days)
1986 - Hannah e Suas Irmãs (Hannah And Her Sisters)
1985 - A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo)
1984 - Broadway Danny Rose (Broadway Danny Rose)
1983 - Zelig (Zelig)
1982 - Sonhos Eróticos Numa Noite de Verão (A Midsummer Night's Sex Comedy)
1980 - Memórias (Stardust Memories)
1979 - Manhattan (Manhattan)
1978 - Interiores (Interiors)
1977 - Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall)
1975 - A Última Noite de Boris Grushenko (Love and Death)
1973 - O Dorminhoco (Sleeper)
1972 - Tudo o que você sempre quis saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar (Everything You Always Wanted to Know About Sex But Were Afraid to Ask)
1971 - Bananas (Bananas)
1969 - Um assaltante bem trapalhão (Take the Money and Run)
1966 - O que é que há, gatinha? (What's up, Tiger Lily?)