quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Zaha Hadid – Poderosa ousadia



 “Não acho que tudo deva ser igual. Essa obsessão pela uniformidade tem a ver com o período de produção industrial de massa e hoje nós não temos que olhar para as coisas desse jeito”. Zaha Hadid

 Não poderia deixar de mencionar minha opinião e admiração por uma mulher tão genial. As obras de Zaha Hadid ao meu ver são fascinantes. Verdadeiras obras de arte para tempos modernos, uma inusitada e divertida desconstrução de formas.

Desconstrutivismo esse, que se estende para além da materialidade dos projetos: Hadid desconstrói a arquitetura para reconstruí-la com uma linguagem não linear, que segundo ela, reflete as complexidades e dinamismos da vida contemporânea.



Zaha procura interrelacionar design, arquitetura e urbanismo, além de se preocupar com a interface entre paisagem, arquitetura e geologia, integrando a topografia natural e levando a experimentações com tecnologia de ponta .

Há quem a veja como  “arquiteta-estrela”, mas o fato é que seus projetos não passam desapercebido e, em 2004, recebeu o prêmio Pritzker, o Nobel da Arquitetura, pela primeira vez atribuído a uma mulher.

"Zaha não se sente incomodada em introduzir complexidade aos projetos. Suas construções são puro movimento, energia, desejo erótico. Ela não teme correr riscos".  Crítico americano Herbert Muschamp



 Mas Zaha Hadid não pára por aí, além de edifícios sinuosos e futuristas, cria objetos únicos para o dia a dia, de mesas a sapatos, possui um dinamismo invejável. Criativa e interdisciplinar fez criações como a bolsa 'Eolia', para a Louis Vuitton, e ousados sapatos para a brasileira Melissa.


“A moda me interessa porque dá uma ideia do que está por vir, é muito mais rápida que a arquitetura”.



Zaha Hadid tem 61 anos, não se casou, não teve filhos , decidiu dedicar sua vida ao trabalho e não pretende parar tão cedo, prática e bastante  crítica, opina sobre as mulheres de hoje em dia assim:

 “Existe um problema prático com as mulheres, especialmente agora que são livres, elas cuidam da casa, dos filhos e do trabalho. Com arquitetura, eu acredito que é importante haver continuidade. Não é só das 9 às 17 horas, você não pode simplesmente ligar e desligar.

 Digamos que para arquitetura e para a escala de obras de Zaha Hadid uma jornada de trabalho normal, realmente não seja capaz de surtir um grande efeito.

Sua perseverança e seu trabalho, sem dúvida, servem de orgulho e admiração para todas as mulheres, artistas e arquitetas.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Aaaaaaaa a leveza!

“No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza.” Milan Kundera


Já pensou no que te faz bem? Hoje em dia há uma proliferação de meias verdades para nos convencer do que é certo, errado, bom ou ruim. Chega um ponto em que se não decidirmos optar por nossa real satisfação, ou melhor, nossa real convicção de sentimentos, gostos e ideais.... Meu amigo! A vida fica é bem chata, chata e pesada, onde nos obrigamos a algumas situações e acabamos carregando “pesos” que não nos pertencem.

 
Bom o assunto do post hoje é a leveza, tema esse que veio a partir do meu livro predileto, que, aliás, nunca mencionei aqui.

 
Sabe aquele livro que você lê e relê sempre que tem vontade, em momentos diferentes da sua vida e em uma freqüência relativamente grande? Pois sim.  A insustentável leveza do ser de Kundera, fantástico e obrigatório,  um livro que me dá um prazer enorme de leitura e de conhecimento.

 
O gênero romance é apenas a âncora para Kundera colocar em questão a filosofia pré-socrática de Parmênedes que dissertava sobre a relação peso/leveza.
 Segundo o filósofo, a problemática está na dualidade do Ser, onde ele afirma que esta dualidade surge da presença e da ausência de entidades. Por exemplo, o frio é apenas a ausência de calor, a escuridão a ausência de luz e etc...
Então, partindo deste raciocínio, na relação leveza/peso, para Kundera o peso é a não-leveza. Capice?

 
Mas Kundera nos leva aos poucos à meditação Nietzscheana, quando pondera sobre o Eterno Retorno, teoria que prevê o angustiante vazio para quem assume levar uma vida linear, longe de buscas e aventuras.
Segundo Nietzsche a vida é um eterno retorno, porque precisamos e temos a obrigação de errar e voltar a errar quantas vezes for necessário desde que não cometamos o primário erro humano de levarmos uma vida dentro de um ciclo de mesmices. Esta teoria de Nietzsche nos convence, em suma, a levarmos uma vida de liberdade, uma vida que valha a pena ser vivida!!!

 
Colocando em prática, como diria Martha Medeiros, poderíamos propor uma campanha de saúde publica!

 
Podemos ser mais bem humorados mais desarmados. Ser cidadãos sérios e respeitáveis e, ao mesmo tempo..... leves.
Basta agir com delicadeza, soltura, autenticidade, sem obediência cega às convenções, aos padrões, aos patrões .
Um pouco mais de jogo de cintura, de criatividade, de respeito às escolhas alheias. Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias.

 
A leveza acalma, alegra a alma e  faz sentir.

Por que as coisas que realmente importam, são as mais simples.
Porque a vida que realmente vale é a repleta de felicidade e liberdade.

E Liberdade é coisa séria! Não se troca, não se vende, não se empresta e, nem tampouco, se joga fora. É artigo de luxo, de luta e de enfrentamento leal com a vida.

E para quem pensa que a liberdade é leve, todo pequeno vôo tem sua dose de risco e ousadia mas, ainda sim, não se pode viver sem desfrutar dessa vontade imensa e intensa, que ás vezes assusta e nos coloca repetidas vezes em pé a entender a insustentável leveza de nosso ser.