“No mundo do eterno retorno, cada gesto carrega o peso de uma insustentável leveza.” Milan Kundera
Já pensou no que te faz bem? Hoje em dia há uma proliferação de meias verdades para nos convencer do que é certo, errado, bom ou ruim. Chega um ponto em que se não decidirmos optar por nossa real satisfação, ou melhor, nossa real convicção de sentimentos, gostos e ideais.... Meu amigo! A vida fica é bem chata, chata e pesada, onde nos obrigamos a algumas situações e acabamos carregando “pesos” que não nos pertencem.
Bom o assunto do post hoje é a leveza, tema esse que veio a partir do meu livro predileto, que, aliás, nunca mencionei aqui.
Sabe aquele livro que você lê e relê sempre que tem vontade, em momentos diferentes da sua vida e em uma freqüência relativamente grande? Pois sim. A insustentável leveza do ser de Kundera, fantástico e obrigatório, um livro que me dá um prazer enorme de leitura e de conhecimento.
O gênero romance é apenas a âncora para Kundera colocar em questão a filosofia pré-socrática de Parmênedes que dissertava sobre a relação peso/leveza.
Segundo o filósofo, a problemática está na dualidade do Ser, onde ele afirma que esta dualidade surge da presença e da ausência de entidades. Por exemplo, o frio é apenas a ausência de calor, a escuridão a ausência de luz e etc...
Então, partindo deste raciocínio, na relação leveza/peso, para Kundera o peso é a não-leveza. Capice?
Mas Kundera nos leva aos poucos à meditação Nietzscheana, quando pondera sobre o Eterno Retorno, teoria que prevê o angustiante vazio para quem assume levar uma vida linear, longe de buscas e aventuras.
Segundo Nietzsche a vida é um eterno retorno, porque precisamos e temos a obrigação de errar e voltar a errar quantas vezes for necessário desde que não cometamos o primário erro humano de levarmos uma vida dentro de um ciclo de mesmices. Esta teoria de Nietzsche nos convence, em suma, a levarmos uma vida de liberdade, uma vida que valha a pena ser vivida!!!
Colocando em prática, como diria Martha Medeiros, poderíamos propor uma campanha de saúde publica!
Podemos ser mais bem humorados mais desarmados. Ser cidadãos sérios e respeitáveis e, ao mesmo tempo..... leves.
Basta agir com delicadeza, soltura, autenticidade, sem obediência cega às convenções, aos padrões, aos patrões .
Um pouco mais de jogo de cintura, de criatividade, de respeito às escolhas alheias. Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas incômodo, senão fica impraticável atravessar os dias.
A leveza acalma, alegra a alma e faz sentir.
Por que as coisas que realmente importam, são as mais simples.
Porque a vida que realmente vale é a repleta de felicidade e liberdade.
E Liberdade é coisa séria! Não se troca, não se vende, não se empresta e, nem tampouco, se joga fora. É artigo de luxo, de luta e de enfrentamento leal com a vida.
E para quem pensa que a liberdade é leve, todo pequeno vôo tem sua dose de risco e ousadia mas, ainda sim, não se pode viver sem desfrutar dessa vontade imensa e intensa, que ás vezes assusta e nos coloca repetidas vezes em pé a entender a insustentável leveza de nosso ser.
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