terça-feira, 2 de outubro de 2012

São tempos difíceis para os sonhadores


                       “São tempos difíceis para os sonhadores”
                                                Amelie Poulain

Em tempo de Festival de cinema no Rio, fui quase obrigada a direcionar meus pensamentos para a telona.

Dentro deste tema, mas não dentro do guia do evento, coloco hoje em pauta um filme otimista, poético e diferente.
Filme este que me faz declarar aqui minha real admiração por essa obra, a qual se tornou há tempos, minha favorita.
Qualquer exagero em elogios será dotado de sentimentos reais de um preenchimento excessivo da alma! Por isso, podem ser criteriosos caso achem necessário! 

Pouquíssimos filmes me provocaram tamanha felicidade como o francês “O fabuloso destino de Amelie Poulain”. Como já mencionei, é meu filme predileto, o que também me torna suspeita em classificar meus comentários. Mas decididamente, arrisco em dizer que nunca vi a natureza humana tratada com tanta delicadeza.

Aclamado por alguns críticos, super atacado por outros, o filme tem uma mensagem atemporal sobre altruísmo e bondade.

 Difícil não flutuar ao som da ‘valsa de Amélie’, difícil assistir e não perceber as tonalidades opostas na escala de suas cores vermelho e verde, que formam um visual espetacular somado à inspiração das telas de Juarez Machado.

Uma história tão profunda e filosófica.
Com uma beleza fotográfica e saturada, entre uma atmosfera meio surreal de beleza, inocência, delicadeza, benevolência e indulgência da doce e apaixonante Amelie.

Presenciar o fantástico olhar do diretor Jeunet, nos leva a desacostumar em ver o mundo em grandes proporções, globalizado, conectado, onde perdemos a capacidade de entender a diferença entre um grito e um sussurro, onde não percebemos quem está ao nosso lado, onde o movimento é frenético e a digestão é tão lenta.

Jeunet nos permite renovar a crença no humano. De acreditar nas paixões pela vida, pela mudança, pelo desconhecido.
Abre nossos olhos para o existencialismo, para a escolha fundamental e singela do individuo.
Uma “fábula” encantadora e contrastante em épocas onde tudo é efêmero e já nasce quase ultrapassado.

Sempre que vejo Amelie, fico tomada por uma imensa vontade! Vontade de qualquer coisa prazerosa e pura!  De pegar uma bicicleta e sair por aí para ver estrelas. Receber um telefonema em um telefone público, seguir setas azuis e correr atrás dos sonhos.....

Os tempos são difíceis para os sonhadores. Mas ninguém pode tirar isso de nós.

Aproveite seu tempo!

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